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Por Manuela Tecchio — São Paulo


A healthtech Tem Saúde e a rede de clínicas médicas PartMed, que tem como sócio e cofundador o rei das franquias José Carlos Semenzato, acabam de acertar a fusão de suas operações, criando uma companhia verticalizada de planos e rede de atendimento focada no público e baixa renda. Na transação, assessorada pela OBB Capital, a Tem absorve 100% das ações da Partmed, que passa a ser acionista minoritária na nova composição.

A companhia de Semenzato, hoje com 70 clínicas franqueadas, também injeta R$ 40 milhões para investimento em infraestrutura tecnológica. Após um período de transição, a empresa deve adotar apenas a marca controladora.

A Tem atua como uma empresa de benefícios, chegando ao usuário final por meio de contratos corporativos - são cartões pré-pagos de saúde para funcionários e colaboradores de companhias como Casas Bahia, Marisa e PagBank, utilizados em consultas e exames de uma rede de parceiros credenciados. Atualmente, a companhia tem 1,5 milhão de beneficiários.

“Temos duas empresas de muito valor e que são perfeitamente complementares. A soma delas é o clássico 1+1=10”, disse Semenzato ao Pipeline. “Como em tudo que a gente faz aqui, queremos ser a número um. A gente não gosta de ser número dois, nem três.”

Sócios fundadores da Tem Saúde e da PartMed: agora, rede única verticalizada — Foto: Divulgação
Sócios fundadores da Tem Saúde e da PartMed: agora, rede única verticalizada — Foto: Divulgação

As metas são ambiciosas. A nova Tem planeja dobrar de tamanho em 2022 e alcançar, nos próximos três anos, a marca de 450 franquias e 10 milhões de beneficiários cadastrados. “Esta fusão provavelmente cria a maior empresa de primary care do Brasil. A Tem Saúde agora verticaliza a operação, agregando as clínicas da rede da PartMed", diz Luiz Crispim, sócio da OBB.

Para alcançar esse título, a nova companhia terá de enfrentar concorrentes à altura, tanto no mercado de clínicas, quanto no modelo de receitas recorrentes. A Todos Empreendimentos, controladora do Cartão de Todos, também no modelo pré-pago, já atinge 15 milhões de usuários com consultas a partir de R$ 24. No mesmo campo de atuação da PartMed, a Dr. Consulta conta com 45 clínicas no país e também tem explorado alternativas de verticalização - como as parcerias recentes com a Yalo, que oferece serviços médicos por assinatura, a partir de R$ 40, e o plano de saúde da Cuidar.me, de R$ 169 mensais.

Na Tem, a transação também marca a entrada de Camila Farani no board e na sociedade, a convite de Semenzato, que também passa a ocupar uma cadeira no conselho. A investidora e presidente da G2 Capital chega para contribuir com as áreas de growth e tecnologia, diz o sócio.

“Estamos todos com os interesses 100% alinhados para construir a maior e melhor empresa de saúde nesse mercado de acesso”, diz Tuca Ramos, cofundador da Tem Saúde. “Nossos clientes são todas as pessoas que querem ter um plano de saúde, mas não conseguem. Olhando para esse público, ainda há muito espaço para crescer”, completa o CEO e cofundador da Tem, Igor Pinheiro.

As duas companhias já foram criadas com o foco nas classes C e D. Semenzato é sócio da OdontoCompany, que se proclama a maior rede odontológica do mundo. Foi com o cofundadora dessa rede, o cirurgião dentista Paulo Zahr, que criou PartMed - a proposta era replicar o modelo de negócios que tinha dado certo em odonto para consultas e exames médicos a preços acessíveis. Hoje, a rede conta com 60 franquias em todo o país.

"Para a gente, consulta é commodity. Existem inúmeras redes com foco nisso e até o setor público oferece esse serviço, que é importante, mas não soluciona o problema. A PartMed veio flexibilizar exames de maior complexidade e procedimentos, completando o ciclo de atendimento e garantindo a saúde do paciente", diz Zahr.

Com uma pegada “figital”, a Tem Saúde não é exatamente um plano ou seguro de saúde, já que não cobre internação, por exemplo, mas já estendeu seu cartão para uso na compra de medicamentos com desconto e também assistência funeral. Outra solução da startup são os cartões white label do benefício de saúde, vertical na qual atende clientes como Mapfre, bandeiras da Via, Itaú, Credicard e Santander.

Ramos e Pinheiro vêm do setor de seguros. Os dois são fundadores da Brasil Insurance e foram sócios da corretora APR, onde perceberam a lacuna de mercado e decidiram criar a Tem, em 2014. Um ano depois da fundação, a startup chegou a receber um aporte de R$ 3 milhões da Vox Capital, que já foi recomprada pelos fundadores.

Uma rodada de captação da nova companhia até o fim deste ano está sendo estudada pelos executivos - nesse meio tempo, esperam já ver resultados das sinergias com a rede verticalizada.

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