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Por Luiz Henrique Mendes — São Paulo


A Vinci Partners finalmente entrou em saneamento. Depois de ficar para trás nas disputas pelas concessões de Maceió (AL) e Petrolina (PE), a gestora acaba de anunciar um acordo com a Águas do Brasil para se tornar sócia da concessionária que terá os direitos de administrar e explorar os serviços de água e tratamento de esgoto do bloco 3 da Cedae.

A transação é a primeira do VIAS, um fundo de infraestrutura da Vinci que possui selo ESG e pretende investir R$ 3 bilhões em saneamento. O valor da transação não foi revelado, mas a gestora será sócia de uma concessionária que nasce relativamente grande, com um faturamento de R$ 800 milhões e uma área de 21 municípios e 2,7 milhões de habitantes para atender.

"Nossas conversas com a Vinci são antigas", diz Cláudio Abduche, presidente da Águas do Brasil. Na disputa pelas concessões de Maceió e Petrolina, por exemplo, a companhia participava dos consórcios junto com a gestora. Na disputa pelo leilão do bloco 3 da Cedae, a Águas do Brasil entrou sozinha — e venceu — com uma oferta de R$ 2,2 bilhões, mas parceria agora vingou.

A sociedade com a Vinci — revelada na segunda-feira pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo — dará musculatura para a nova concessionária financiar um projeto multibilionário, o que inclui o valor da outorga e os investimentos para universalizar o serviço de tratamento de esgoto. O prazo da concessão é de 35 anos, mas o grosso dos investimentos de R$ 4,7 bilhões para a universalização devem se concentrar nos primeiros dez anos.

Estação de tratamento de esgoto da Cedae: Nova concessionária atenderá 2,7 milhões de habitantes — Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo
Estação de tratamento de esgoto da Cedae: Nova concessionária atenderá 2,7 milhões de habitantes — Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo

De partida, a nova concessionária terá de desembolsar R$ 1,4 bilhão até o fim de março, quando deve concluir a primeira fase da efetivação da concessão. O restante da oferta de R$ 2,2 bilhões será pago após seis meses, período no qual a Cedae fará a passagem de bastão da área concedida para a companhia.

A nova concessionária vai financiar o projeto com recursos próprios dos acionistas — Águas do Brasil e Vinci — e também com financiamento bancário, disse José Guilherme Souza, sócio da Vinci e head de infraestrutura. Os executivos não deram detalhes sobre a estrutura do financiamento.

A gestão da nova concessionária será tocada por Leonardo Righetto, um executivo que está há mais de 20 anos no grupo controlado pela família Backheuser — os mesmos donos da Carioca Engenharia. Righetto já trabalhou na Águas de Niterói, uma das concessões do grupo, e foi escolhido para a missão por conhecer bem a área do bloco 3, que abrange uma área da Zona Oeste do Rio onde ele também atuou por meio da Zona Oeste Mais Saneamento, sociedade entre Águas do Brasil e BRK Ambiental que detém a concessão de esgoto desde 2012.

"O principal desafio é reduzir as perdas e a inadimplência", diz Righetto. Ao investir em tratamento de esgoto, a nova concessionária também terá de convencer a população sobre a importância de se conectar à rede de tratamento de esgoto, o que demandará um esforço de conscientização diante da natural resistência à cobrança de mais uma tarifa.

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