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Por Maria Luíza Filgueiras — São Paulo


A britânica Sandbox & Co, plataforma digital de educação e entretenimento, acaba de fechar a aquisição da brasileira Playkids. Controlada pela Movile, mesmo grupo dono do iFood, a Playkids tem um aplicativo de vídeo on demand para crianças de 2 a 6 anos, e o clube de assinaturas de livros infantis Leiturinha, somando mais de quatro milhões de usuários mensais - os dois produtos vão para o portfólio da Sandbox.

O valor da aquisição não foi revelado, mas a transação foi feita parte em caixa e parte em ações, com a Movile, acionista majoritária da Playkids, tornando-se minoritária da Sandbox. A Movile terá uma cadeira de observadora no conselho da companhia britânica, que deve ser ocupada por Silvia Motta, diretora de estratégia e M&A.

A Sandbox se define como uma companhia de aprendizado millennial, para crianças, famílias e professores. Criada em 2015, tem atualmente cerca de 60 milhões de usuários.

A Playkids nasceu um pouco antes, em 2013, numa célula de inovação da Movile, e a Leiturinha foi adquirida em 2016. “Temos a companhia no portfólio há bastante tempo e tínhamos muita dúvida sobre como crescer no Brasil no ritmo que a gente espera para uma empresa de tecnologia, uma vez que aqui o negócio já é super grande, as famílias adoram e o negócio é rentável, mas já estávamos perto do nosso potencial e queríamos uma forma de levar a companhia para outro patamar”, diz Silvia.

A Movile estava em conversas com alguns grupos e a Sandbox estava fora do radar, mas coincidentemente a companhia britânica estava começando a avaliar o mercado brasileiro, e os caminhos se cruzaram. “As plataformas têm muita sinergia de conteúdo e distribuição”, diz a executiva.

Guilherme Martins, CEO da Playkids: à frente da expansão na América Latina — Foto: Divulgação
Guilherme Martins, CEO da Playkids: à frente da expansão na América Latina — Foto: Divulgação

Como a companhia não atuava na região, Guilherme Martins, CEO da PlayKids e fundador da Leiturinha, é quem vai liderar a expansão da Sandbox na América Latina. “Nos últimos dois anos buscamos mais rentabilidade que crescimento e agora a gente volta a se concentrar em expansão e market share. Vamos colocar a Leiturinha no portfólio da Sandbox e identificar se existem outras oportunidades de produtos físicos, algo inédito para a o grupo”, conta Martins.

O clube de leitura já tinha um projeto desenhado para estreia no México no ano passado, que acabou esperando a conclusão da transação. Colômbia e Argentina também estão no radar. "Já das marcas deles, tem produtos muito interessantes, como o Code Kingdoms, para ensinar programação através da brincadeira. A criança cria seus jogos no Minecraft e no Roblox, partindo do principio que não tem nenhum conhecimento até a entrega final”, exemplifica, sobre o jogo voltado para crianças de 8 a 14 anos.

A Movile fez um spin-off da Afterverse do negócio da Playkids antes da transação, mantendo o estúdio de games sob seu controle - uma das condicionantes do deal com a Sandbox. A Afterverse é dona do PX XP, jogo que na Playkids, mas ganhou vida própria, e hoje é um negócio com 50 milhões de usuários em 14 países.

Allen & Overy, Mattos Filho, Shoosmiths e UBS-BB foram assessores da transação.

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