Negócios
PUBLICIDADE

Por Maria Luíza Filgueiras — São Paulo


O sacolejo do mercado global nos últimos meses pode ter afetado o cronograma de ofertas iniciais na bolsa brasileira, mas não mudou a intenção da Oliveira Trust de estrear na B3. A companhia acaba de fechar o balanço de 2021 entregando os números que prometeu aos potenciais investidores nas conversas que fez no ano passado - um bom começo.

O faturamento de R$ 197 milhões é recorde na companhia, conhecida do mercado de capitais por seus serviços fiduciários, administração e custódia - considerando resultados financeiros, a receita total sobe para R$ 201 milhões. O faturamento havia sido projetado entre R$ 192 milhões e R$ 196 milhões. O crescimento no ano passado foi de 35%, acima na média anual de 22% dos últimos 15 anos.

O Ebitda era projetado em R$ 92 milhões e ficou em R$ 92,6 milhões e o lucro líquido foi na mosca, em R$ 64 milhões, crescimento ante R$ 57 milhões em 2020 mesmo com impacto das despesas não recorrentes com os preparativos da listagem, como custos advocatícios e reorganização societária, e outras novas, como aumento de imposto.

Apesar de ter adiado o IPO no ano passado, a Oliveira Trust manteve o pedido de companhia aberta, agora já registrada na CVM. “Mantivemos essa abertura da companhia, com implementação de maior governança, para mostrar ao mercado nossas informações, uma vez que o IPO continua na nossa lista de desejos”, diz José Alexandre Freitas, CEO da Oliveira Trust, ao Pipeline.

Demanda em produtos de renda fixa voltou a crescer — Foto: Pixabay
Demanda em produtos de renda fixa voltou a crescer — Foto: Pixabay

O IPO era programado inicialmente para meados do ano passado. “A companhia é geradora de caixa, não tem necessidade de aporte e o objetivo da oferta era somente venda secundária. Com a situação de mercado, não estávamos dispostos a entrar num debate de preço”, justifica o CEO.

A Oliveira Trust pode tentar retomar o processo ainda no primeiro semestre, conforme a receptividade de mercado, ou deixar para 2023, evitando o período de volatilidade eleitoral. Os coordenadores serão BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos. O controlador da companhia é Mauro Sérgio de Oliveira, hoje no conselho de administração - além da família que dá nome à empresa, e um grupo de executivos é acionista da empresa, como o CEO.

Nos resultados do ano passado, a retomada de demanda em renda fixa foi relevante, o que pode se refletir também nos números deste ano. “Um dos motivos de aumento de demanda é o surgimento de novos players, com abertura de assets, mas outro fator relevante é a alta da Selic”, diz Freitas. “A renda fixa é nosso carro-chefe e há uma retomada na estruturação e distribuição de CRI, CRA e debêntures, que geram contratos bem longos para o tipo de serviço que a gente faz. FIDCs também voltaram com força.”

Segundo ele, isso não significa que quando o mercado está mais fraco a receita necessariamente cai - é quando a Oliveira Trust pode vender menos mas do mais caro, como produtos estruturados e controles de garantias.

A companhia também tem aumentado o investimento em tecnologia, de sistemas, inteligência artificial a hardware – o que fez determinados processamentos de informação de fundos passarem de quatro horas para 50 segundos nos últimos quatro anos. Na Fintools, como foi batizada a divisão de transformação digital da Oliveira Trust, são cerca de 50 funcionários. Em janeiro, a companhia comprou participação na Liqi, entrando no segmento de tokenização de ativos.

Mais recente Próxima EXCLUSIVO: Molina e Rial na chapa da Marfrig para a BRF
Para ficar por dentro das novidades do mercado, inscreva-se e receba os alertas do Pipeline em seu e-mail.
  • Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade.
Mais do Pipeline

Flavio Souza fala sobre o clima entre os estrangeiros, interesse em transição energética e como isso tem feito a instituição ajustar suas estratégias

CEO do Itaú BBA: “Investidores estão em compasso de espera”

Gigante de tecnologia, com sede na Holanda, também é a maior acionista da Tencent

CEO do iFood assume presidência da controladora Prosus

Descontada dívida líquida, 35% do saldo vai depender de desempenho futuro

Rede D'Or ajusta preço e emplaca venda de corretora à MDS

Gigante de ecommerce chegou a protocolar pedido de abertura de capital em Nova York, mas enfrenta resistências entre parlamentares americanos

Com tensão entre EUA e China, Shein muda foco do IPO para Londres

Evolution Intelligence aplica algoritmos genéticos para encontrar soluções em prazo mais curto para problemas corporativos

Inspirada em Darwin, startup que fabrica 'IA sob medida' chega ao Brasil

Gigante suíça de cosméticos e farmacologia dermatológica vai ampliar fábrica no interior de São Paulo, que abastece 39 mercados no mundo

Rival do Botox, Galderma volta a investir no Brasil após IPO

Controladores vão colocar R$ 1,5 bi mas esperam alivio adicional de R$ 2,5 bilhões

Família Bueno garante aporte na Dasa - mas segue avaliando venda de ativos

Companhia controlada por Votorantim e CPPIB passar de 11a a 3a maior geradora do país

Auren compra AES Brasil e dá salto em geração

CEO global vê o banco digital chegando a novos mercados em um prazo de três a cinco anos

Para Vélez, Nubank pode sonhar com outros países a partir de 2025